Queria falar sobre uma mangueira que desejo muito. Ela só cresce e frutifica no Triângulo Mineiro, onde eu também cresci. Já trouxe mudas, já trouxe as mangas e segui a receita do meu irmão especialista em "fazer vingar os pés de manga Sabina". Segundo o Marcos, é preciso deixar o caroço bem branquinho, o que significa passar um hora chupando os fiapos, encanecendo a loirice da fruta. Depois deixá-la secar completamente, ao sol, no seco até esturricar. Aqui no Rio é uma tarefa dificil porque a umidade relativa do ar sempre alta, torna até o respirar normalmente mais trabalhoso. Mas, a gente se acostuma.
Preparam-se a terra e o vaso onde colocaremos o caroço. É preciso colocar o caroço branco e seco, meio inclinado e deixar o ponto do talo bem na superfície da terra do vaso, quase descoberto. Entenderam ? Pois é! Eu fiz, direitinho, mais de uma vez...Até o cão chupou manga, pena que mastigou o caroço...
Na última tentativa, brotaram!!! Uma pequena folhinha meio enrolada dentro de si, se abriu, se esticou e outras folhinhas nasceram e depois dois brotos no mesmo caroço. Ainda segundo o Marcos, na hora de passar a mudinha para o chão é preciso desprezar o broto menor ... Isto feito, plantadas no chão bem preparadinho para elas, desenvolveram, a princípio envergonhadas, mas em menos de um mes estavam muito bonitas.
Sucesso?! Que nada. Em pouco tempo foram definhando, caule fraco meio seco até morrerem definitivamente. Bom, desisti. E pensei, tentando me consolar, que esta manga tem gosto de Uberaba, de estar em família, muita gente falando ao mesmo tempo, naquela mesa em que "ele sentava sempre" e a gente se empanturrava de manga Sabina...
Hoje fui lá no quintal ver como vão meus pezinhos de pimentão vermelho e meu pezinho de limão galego e vi! Gente, a mangueira ressuscitou. Lá está, onde tinha sido plantada uns seis meses atrás, linda, cheia de folhas novas ainda enrugadas e acastanhadas e transparentes.
Aqui no Rio, até as mangueiras se acostumam...
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