terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Vigilante

Em um fim de semana, Miguel e eu fomos ao cinema no fim da tarde e depois ficamos passeando pelo shopping.
Já era noite quando chegamos em casa e nos demos conta de que não tínhamos levado a chave do portão.
Enquanto pensávamos em chamar um chaveiro e todas as implicações incluídas, resolvi tentar pular o muro que tem pelo menos uns dois metros. Usei nossa lixeira enorme encostada no paredão, o Miguel fez uma escadinha com as mãos, eu tomei impulso, subi na lixeira e olhei para dentro do jardim.
Nossa, era muito alto. Achei que não conseguiria impulsionar o corpo para cima mas resolvi tentar já que ando malhando bastante. Não é que consegui de primeira?
Mas a parte mais difícil era saber se o Haus sabia quem estava ali. Estávamos bastante seguros, ele sabe que estamos chegando quando ainda estamos na esquina, mas mesmo assim deu medo.
"-Haus?  Haus???"
E lá veio o bezerrão, língua rosa pra fora e aquele sorrisão cheio de  dentes. Quando me viu de cavalinho no muro virou a cabeçorra de lado, como fazem os cachorros quando não compreendem.
Deve ter pensado no que eu estava fazendo no lugar onde ficam as presas? Gatos e Gambás?
Conversei bastante com ele que mantinha a testa franzida até me lembrar que o melhor sentido do cachorro é o faro.
Joguei meus sapatos para ele cheirar e ele gostou da brincadeira e já ia indo carregando o troféu pro canil.
E eu, bem depressa pulei o muro e no jardim já fui chamando:
-Haus, aqui Haus!!
Decidimos, Miguel e eu, colocar uma chave do portão junto com a chave do carro. 



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