terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Humanas


São amigos há mais de quinze anos. Companheiros. Adoram uma boa discussão; horas e horas entre a cruz e a caldeira. Os argumentos são apenas interrompidos, não há consenso. 
Segundo ela,  o prazer é discutir.
Bem, gosto não se discute e isso desde o século passado.
Eram adolescentes e se criaram - grandes descobertas, novos caminhos, direções distintas.
Quanto mais se separavam, mais amigos se tornaram.
Eram humanos, dos pés, às cabeças.
Um foi para o Jornalismo, a outra para a Comunicação. Tão perto e tão longe.
Porque se a base da estrutura acadêmica é a mesma, a postura profissional é distinta neles.
Um vai atrás, abre caminho, arranca a informação, mesmo que ferido.
Outra contesta, rebate, protege, e defende seu território, mesmo que hematoma.
Saudade de vê-los juntos.
A fala mansa, os gestos carinhosos...
Mas é só chegar perto para ver que acontece o maior embate filosófico.
Ainda que, daí a cinco minutos estejam prontos para dar um ruidoso mergulho.


Nenhum comentário: