segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Gosto de 51

As montanhas displicentes repousam sobre o horizonte próximo.
O sol está a pino e o dia arde.
Volto de uma despedida e venho melancólica fazer um inventário daquele fim de ano, deste começo de ano.
Sinto ser um parafuso sendo apertado madeira adentro dia após dia.
Estou profundamente dentro da vida e ainda respiro o hálito do dia em que nasci, magra e feinha.
51 anos depois, olhando a exuberância do meu corpo maduro e frágil, reconheço que me agarrei à vida, apesar de desdenhá-la às vezes.
Gosto de viver.
Gosto de contar histórias, de burilar as palavras, sei que criei, que venho criando.
Ouvi dizerem que o melhor desejo para o Ano Novo de cada um é que suas promessas se cumpram.
Gosto de quem consegue cumprir.
Não fiz muitos planos, apenas quero continuar.
Gosto de quem continua.

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