sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Desafinando

Existe uma enorme diferença entre ser surdo e não ter ouvido.
Quem é surdo não desafina, cria sons.
Quem não tem ouvido desafina até na prosa.
Há aqueles que escutam muito bem e se vão cantar, sabem que estão desafinando. Sofrem muito. Conheço uma moça que adora uma roda de samba, mas na hora de cantar só faz de conta com os lábios, para não passar vergonha. E ela sabe todas as letras!
Há os felizardos que cantam alto e desafinado, olhinhos fechados tamborilando uma caixinha de fósforo, no maior prazer.
São essas diversidades que nos tornam humanos.
Uns e outros se continuam nas vozes.
E nestes momentos quando todos compartilham não há felicidade que desafine.

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