quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Presságio

Estava lá fora quando ouvi um estrondo. Fogos de fim de ano? Não eram... Nem helicóptero e nem trovões.  Eram tiros de verdade.
Não estavam ao alcance da minha vida nem mesmo da minha vista, mas arregalei os olhos num presságio mudo. Mataram ou morreram? Quem?
Suspirei relaxada, feliz de não ser ainda, vítima de balas que se perdem.
Não devo nada a ninguém. Nem ofereço resistência se me assaltam. Somente uma bala sem destino se alojaria em meu corpo.
Se houver tiroteio arregalo os olhos e num alvoroço me escondo de mim.

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