quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Caninos Brancos

Aos doze anos,  fiquei  doente e precisei passar uns quarenta dias em repouso "absoluto". Depois de decorar as rachaduras do teto, tratei de procurar alguma coisa melhor para fazer e descobri  uma estante cheia de livros no corredor da casa de meus pais.
Li José de Alencar e Machado de Assis  de cabo a rabo. Li as Mil e Uma Noites... Devorei tudo que havia para ser lido na pequena biblioteca.
Mas os clássicos estrangeiros, não havia ali.
Bem, semana passada decidi  ler Caninos Brancos, por indicação de minha irmã Berenice.
No primeiro capítulo, dois aventureiros transportam um caixão, em um ambiente hostil - neve e escuridão. Em torno deles uma alcateia faminta.
A matilha de cães que transporta a carga, peleja.
Um a um são devorados pelos lobos...
Que tristeza...
Hoje, quando voltava para casa, mais uma vez acompanhei o trajeto de uma tríade peculiar e familiar. No calor de 35 graus, um homem transporta  uma carroça cheia de papelões e jornais. Este é seu ofício. Juntar papelão. Ele empurra sua carga.
De cada lado da carroça está um cão vira-lata. Eles caminham conforme seu dono e estão felizes, em uma temperatura devastadora.
Melhor para eles, que para os cães do gelo.
Não são responsáveis pela carga, não tem predadores a sua volta, e com certeza seu dono os alimenta e lhes dá água.
Cães vira-latas podem ser muito felizes. Independente de terem raça, o que faz a diferença é o dono, o provedor.
Minha irmã Fernanda que o diga!

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