Acordei com vontade de carregar nas tintas e me lambuzar na
fuzarca das cores. Lembrei-me das abelhinhas que eram atraídas pelo cheiro de
mel da cera que utilizava para misturar com tinta óleo; e que ficavam a minha
volta, admiradoras por tabela do meu trabalho.
Tenho uma panela
muito velha, que usava para derreter a cera de abelhas e que, em seguida,
colocava em uma embalagem de sorvete - sim, aquela embalagem prosaica - e ali
misturava com a terebintina para produzir uma pasta espessa e homogênea. Helena
se lembra da panela e dos sons que ao misturar, criava.
Schilep, schilep, schilep!
Depois era agregar
os tons e viajar na criação.
Muita energia,
muita energia boa.
Também exorcizava
uns demônios.
Tanto tempo
depois, a lembrança é deliciosa.
Mas não adianta ir
contra a maré, minhas cores agora são escritas.
Assim é viver.
Existe um eixo em toda escada helicoidal.
Só nos resta subir e ocasionalmente olhar para baixo.
Ou, como um alpinista, para
cima!
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