segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Subir!


Acordei com vontade de carregar nas tintas e me lambuzar na fuzarca das cores. Lembrei-me das abelhinhas que eram atraídas pelo cheiro de mel da cera que utilizava para misturar com tinta óleo; e que ficavam a minha volta, admiradoras por tabela do meu trabalho. 
Tenho uma panela muito velha, que usava  para derreter a cera de abelhas e que, em seguida, colocava em uma embalagem de sorvete - sim, aquela embalagem prosaica - e ali misturava com a terebintina para produzir uma pasta espessa e homogênea. Helena se lembra da panela e dos sons que ao misturar, criava.
Schilep, schilep, schilep!
Depois era agregar os tons e viajar na criação.
Muita energia, muita energia boa. 
Também exorcizava uns demônios.
Tanto tempo depois, a lembrança é deliciosa.
Mas não adianta ir contra a maré, minhas cores agora são escritas.
Assim é viver. Existe um eixo em toda escada helicoidal.
Só nos resta subir e ocasionalmente olhar para baixo. 
Ou, como um alpinista, para cima!

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