Acordou com dor de garganta, dor
de garganta, olhou no espelho colocou a língua bem pra fora, nada enxergou,
buscou a lanterna e olhou de novo. Nada. Deu de ombros passou batom e saiu,
apertou o botão do terceiro andar e Aninha não estava pronta.
Depois saíram as duas rindo à beça,
não sei de quê. As duas iam ao casamento à noite, e sapatos eram o que faltava.
Mas que sapatos, difícil acertar, sapatos de salto, brilhante, sandálias, da cor do vestido, da cor da pele, olhar e ver o que mais combina, nunca é o mais
prático. Depois das compras ela foi ao pronto socorro, cismou com a garganta, doía
doía doía: examinaram - mas não é nada, é vírus! - uma
dor de lascar - tome essa injeção e observe, se piorar volte. Voltou, não foi
ao casamento, desistiu. Chegou ao hospital para a internação, era grave era urgente, ficou a
tomar antibióticos, antiinflamatórios e outros órios e óticos que curam ites; às
vezes perdemos casamentos e festas ótimas, vamos passear no hospital, é tão
divertido, gente doente, caras boas, tudo muito sortido e sem caráter a não
ser o sentimento de não estar bem ; procuramos quem entende do assunto, um
mecânico para um carro, um vendedor para um sapato e ela o hospital como todos
ali, gente nova a todo momento e os atendidos encaminhados, para casa, e depois
voltar, ou o casamento, e depois casar, ou sair pelos fundos.
Sei que ela vem, tenho certeza que vem talvez vá só à recepção muita gente faz assim, vamos dançar a macarena, ou a rumba; mas como posso ir assim, agora que me internaram, puxa nem sabia que estava tão mal existe tanto que a gente nem desconfia, mas ficarei bem e farei uma surpresa especial a eles, ela vai compreender ainda que fique triste porque não fui; amigas de infância, desde que a conheci e perguntei de que era feito seu cabelo vermelho e ela riu, deu um sorisão para mim e me abraçou vamos logo para a gangorra, de assentos vermelhos e cordas, nossos sapatinhos de verniz vermelho lá na frente e lá atrás, brincávamos de roda, de pique e de casal e logo no casamento eu, logo no casamento dela, quando senti não dava, e ela vinha correndo para descer ao porão e desencantar umas pedras e tralhas estranhas a que dávamos sentido exótico e especial, depois as bruxarias e compromissos de sangue; no casamento ou no hospital.
Sei que ela vem, tenho certeza que vem talvez vá só à recepção muita gente faz assim, vamos dançar a macarena, ou a rumba; mas como posso ir assim, agora que me internaram, puxa nem sabia que estava tão mal existe tanto que a gente nem desconfia, mas ficarei bem e farei uma surpresa especial a eles, ela vai compreender ainda que fique triste porque não fui; amigas de infância, desde que a conheci e perguntei de que era feito seu cabelo vermelho e ela riu, deu um sorisão para mim e me abraçou vamos logo para a gangorra, de assentos vermelhos e cordas, nossos sapatinhos de verniz vermelho lá na frente e lá atrás, brincávamos de roda, de pique e de casal e logo no casamento eu, logo no casamento dela, quando senti não dava, e ela vinha correndo para descer ao porão e desencantar umas pedras e tralhas estranhas a que dávamos sentido exótico e especial, depois as bruxarias e compromissos de sangue; no casamento ou no hospital.
Nenhum comentário:
Postar um comentário