A academia fica no terceiro andar e todos os dias pego o elevador. Poderia subir de escadas e já ir aquecendo mas aquele quadrado de aço inoxidável me convida tanto...
Acontece que de tempos em tempos falta luz na região. Estão fazendo grandes reparos na avenida das Américas e os transtornos são enormes, mas as mudanças valerão a pena.
E quando falta luz a academia não funciona, claro. É triste chegar até lá para malhar e ver o breu absoluto no prédio; não é possivel ir pelas escadas, a escuridão é medonha e eu nunca me lembro de levar uma lanterninha ou uma vela. Além disso o que vou fazer lá em cima? Sem a bicicleta para o aquecimento e sem o ar condicionado para o resfriamento, não dá. As vezes insisto, peço ao zelador - pode subir comigo? E ele vai lanterna em punho iluminando meu caminho. Fico lá por uns tempos, esperando pela força e converso um pouco, nós meninas sempre temos algo a dizer. Se a luz volta antes de acabar minha paciência e minha vontade de conversar, vou feliz fazer o circuito. Se não, acabo descendo as escadas no escuro definitivo. Abro bem os olhos, pisco e repisco, pelejo para ver e vou tateando as paredes bem devagar.
Hoje, depois de três dias de sol, amanheceu um pouco nublado e durante a manhã o tempo foi fechando. A partir de quarta-feira os cariocas já começam a viver na expectativa do fim de semana para programarem a praia e outros eventos.
Quando cheguei na academia, o zelador a título de cumprimento exclamou: Hum, acabou o sol, né?
E eu para ele: Ainda bem que acabou o sol e não a luz!
Ele deu uma sonora gargalhada!
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