sexta-feira, 8 de abril de 2011

Vermelho ainda

Os vermelhos espalharam-se pelo corredor vindos de vários pontos. Minutos antes, cada vermelho em sua veia, eram harmonia e vivacidade. Quando se uniram se estranharam, muitos eram incompatíveis.  Depois coagularam, destino de todo vermelho que se aquieta.
Lavaram o chão, mas o vermelho estava lá,  então lavaram de novo e desta vez somente traços da cor  sobreviveram.
O vermelho é a menção honrosa da vida, tão pungente e primário, seu destino é ser trágico e apaixonado.
Carrega com ele a expectativa da vida, o tromboembolismo e o desastre.
Em grande evidência, em seu manto real não nos poupa do assédio.
E ficamos muito tristes quando é derramado cedo, àtoa, barbaramente.
Uma cor que se basta.
Depois dele, só mesmo o negro em sua ausência de luz.

2 comentários:

Gabi Maltos disse...

lindo texto!!! ainda estou abalada com os acontecimentos de ontem...

Anônimo disse...

Detestei o tromboembolismo. Péssimas lembranças.