Fui procurar na Tok Stok uma mesa de apoio para o fogão. Claro que me distraí com muitos outros objetos e fui enchendo o carrinho. Um puf, um quadro, uma almofada, copos bonitos, aromatizantes de ambiente, (calma Beré, estamos a pelo menos 400 km de distância); olhei vários tapetes, procurei mantas para sofá, divaguei pelos mimos decorativos; foi muito bom para arejar o "sótão".
Pensava em quando era casada de pouco e fomos comprar móveis na recém inaugurada Tok Stok. Era uma loja bem pequena para os padrões atuais. Dois andares em uma esquina com a Av Ibirapuera. Desde então tinha muito estilo. E um bom preço.
Quando percebi que já ia em direção ao caixa lembrei-me do que fora fazer ali. Lá fui eu atrás da mesa de apoio, que encontrei rapidamente e coloquei por cima de tudo. Na fila do caixa alguém tocou meu braço. Levei um tempo para reconhecer. Era a antiga dona da minha casa. Pareceu-me muito envelhecida, será que eu... bom, esquece! Depois dos cumprimentos ela perguntou: Você ainda mora lá, naquela casa? Qual casa? Aquela, no Village. Ah, a minha casa! Claro que sim! Ela olhou para mim desconfiada, sem compreender porque eu gosto tanto da casa que ela conseguiu me vender. É provável que ela não tenha se dado conta enquanto morava aqui, de que estava de passagem. Mas eu sempre soube. É que a casa é minha desde que foi construída. Em algum lugar do mundo estava o meu lugar. E é com orgulho e muito conforto que reconheço o meu canto. O nosso canto.
Quando chegou minha vez de passar pelo caixa, tratei de excluir o que não precisava. Quase tudo. Fiquei com a mesinha e uma moldura para enquadrar a imagem mais bonita - doce lar!
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