terça-feira, 24 de agosto de 2010

Fazer de conta

Faço de conta por um dia e brinco de solidão.
Meu apreço por carinho excede qualquer palpite.
A tarde está muito agradável, um perfume de mel se espalhou e adoça os outros sentidos.
Uma espécie de abstinência... não estou concentrada. Está faltando, está faltando.
Arrumei o quarto logo, começo o dia ao fechar a cama da noite.
Preciso comprar travesseiros, toalhas e roupas de cama. Não, não preciso...
Pensei que fosse fome, sede, comi umas amêndoas, tomei chá...
Um banho e estou perfumada e quentinha. 
Que falta é essa. Quem falta vir.
Andei pela casa à procura - esqueci de pagar alguma conta.
Alguém aguarda uma confirmação, preciso telefonar.
Confiro a tranca da porta, abro as janelas para o mar.
Minuto a minuto, eu que fazia de conta, estou me sentindo só.

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