Quando nasci, não havia um anjo torto a me dizer para onde ir,
apenas uma parteira que mastigava os dentes.
Tinha muito cabelo
- assim me contaram - e era parecida com a Meméia... Alguém sabe quem era?
Coitada da
Meméia... Personagem de revista de quadrinhos, um aprendiz de bruxinha má -
http://www.youtube.com/watch?v=KUKudnxVV8E - acompanhou minha infância e
adolescência e quase tomou conta de minha vida adulta também, não fosse eu ter
encontrado ajuda especializada para meus tormentos íntimos.
Amadurecida à
força, já em plena e torpe meia-idade, ainda busco uma bruxinha má que me
transforme em qualquer ser aproveitável, alvissareiro.
Bom, já não era
sem tempo, parece que me encontrei.
Estou na madeira
do náufrago, no capim do burrico, na estrela que é Dalva.
Estou onde não
estive e sou o que ninguém esperava.
Escrevo. Essência
de mim. E me recordo de que desde sempre, escrevi.
Espontaneamente.
Para exorcizar demônios. Para fazer as contas.
Para sobreviver.
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