As pessoas e coisas são menos que tudo, são imperfeitas.
Todo o trabalho que deu, escolher o motivo, encontrar o canto em que coubesse montado, aquela mesa em frente a janela que não é muito utilizada no dia a dia.
Horas e horas de cuidado, alguns momentos de angústia e aflição quando tantas peças servem mas não são.
E a delícia de localizar justamente aquela que faltava, o pedaço de céu azul, no meio de tantos azuis.
Porque os quebra-cabeças também simulam verdades que não são. E a gente, nós que o estamos construindo, temos que abrir o jogo, encarar as dificuldades com paciência e zelo e deixar de lado a intolerância.
Afinal, estruturar mais de mil peças tão pequenas é como criar algo ou alguém.
Se esbarram na mesa, uma peça pode cair e ficar ali no chão empoeirando, mudando de tom. Pequenas nuances de personalidade, pequenos defeitos de carater. Isso é tão normal...
Imagine que você também foi construída, peça por peça. E que choveu e trovejou e o sol ardeu nas costas e no rosto e nem sempre as divisões foram justas e nada mais pode ser feito agora.
Imagine que toda a natureza, desde seu DNA e todas as pessoas a sua volta, durante tantos anos moldaram sua forma de ser como as mil peças que é.
Quando puder aceitar um quebra cabeças quase completo, quando puder encarar a tristeza da imperfeição com tranquilidade, vai ser muito mais fàcil viver, envelhecer e depois morrer, destino de ser vivo..
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