sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Morrer


Outro dia vi um gatinho agonizando, era velhinho, velhinho e estava tão doente. Fiquei ali do lado, confortando e acudindo, mas acho que nem ouvia mais. Prestei atenção em sua respiração, cada vez menos, cada vez mais fundo. Contava o tempo entre uma e outra respiração; penso que é como nascer ao contrário, contamos as contrações da mãe para o nascimento da criança. Quando mais próximas mais perto da hora. Talvez morrer não seja nada além de um trabalho de parto.

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