Sentado sobre a mureta, com ar cansado, contraído, fumava um cigarro de palha.
- O que foi, senhor Antônio, está doente?
- Não, não, está tudo bem, só estou esperando a máquina esfriar (Estava cortando a grama.)
Algumas horas depois voltei ao jardim e ele estava em pé e olhava longe para lugar nenhum enquanto comia um pedaço de pão.
- Está mesmo tudo bem?
- Sim, só vim comer alguma coisa antes de continuar, senão...
Não disse mais nada. Fiz o pagamento, acrescentei um "agrado" de Páscoa, ele sorriu contente.
Falou alguma coisa com o cachorro, que chegara para participar da conversa. O nome do bicho é Haus mas ele o chama de João.
Hora de ir embora, despediu-se como sempre - Fica com Deus, boa semana e até sábado se Deus quiser; brincalhou com o "João" e foi-se.
Fiquei pensando de onde veio essa minha inquietação com ele, que tem um coração doente, pronto para explodir..
Mas, não, não foi pelo coração que senti o alarme. O olhar tinha uma densidade inesperada. As mãos um tremor inusitado.
Vasculhando aqui dentro encontro arestas não aparadas- super aquecimento da máquina.
Sou eu de novo que me deposito no primeiro anteparo...
Paciência.
-Vá com Deus Sr Antônio, boa semana e até sábado se Deus quiser!
Um comentário:
Minha Titinha,
Que texto lindo! Espero que o Seu Antonio se sinta mais feliz logo.
Beijos,
Renata
Postar um comentário