segunda-feira, 20 de junho de 2011

O último por do sol do outono

Passou-se o último fim de semana do outono. Que presente! Dias radiantes, temperatura amena, uma brisa e nada sério para fazer. Só conversar, caminhar, ver bons filmes e comer muito bem.
Para encerrar o domingo, em geral cheio de presságios, houve um por do sol desses de tirar o fôlego.
Amigos de outras cidades fotografaram o fim do dia, na internet muitas fotos cálidas estão expostas.
Foi lindo, foi lindo.
Fiquei aqui pensando porque o por do sol arrebata a gente.
Como sabemos que é bonito. Será que aprendemos com nossos pais...
Não pode ser, não é como aprender a apreciar a arte, ninguém teve aulas de fins de dia.
Emoção, quase dói.
Penso que são as cores quentes, mas e o mar azul, verde e branco que é tão frio em suas cores e nos enleva também?
É preciso aprender a ver pinturas para saber apreciá-las. Mesmo assim muita gente não entende as abstrações, por exemplo.
Surge uma menininha que pinta quadros com os pés e é um enorme sucesso de vendas.
 Talento? Talvez... Marketing? Com certeza.
Nenhuma criança pintou o por do sol, que nem tem preço. Como sabemos que é belo, como?
Todos ocupados trabalhando no dia a dia, nem se sente que as horas passam, e já é noite. Que tem lá a sua "boniteza" também! A lua redonda, a falta dela no eclipse, tantas imagens divinas...
Até o lixo pode ser belo. Mas é uma beleza composta, fabricada. Reconhecemos os ensinamentos dos fotógrafos, dos artistas, dos críticos.
Não o por do sol.
Explode no coração da gente.
Penso nos deficientes visuais, aqueles que nunca viram a luz.
Como interpretam as cores, hein, Helena?
É a voz embargada de quem faz a audiodescrição que sensibiliza?
Para mim, este é um grande mistério.
Um mistério lindo.

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