quinta-feira, 9 de junho de 2011

Porteiro do dia

Saí do prédio com pressa, disse bom dia ao porteiro, peguei o carro na rua e dirigi até a casa do meu tio na segunda esquina depois de virar à direita. Está frio e eu encapotada passei na padaria para tomar um café, comer uma média e comprar alguma sopa dessas prontas para fazer no jantar.  Gosto da sopa de cebolas que fica ótima se incrementamos um pouco com temperos e cebolas a granel. Pronto, já tinha meu jantar programado, podia deixar na cozinha e cair fora para o ponto de ônibus, encarar um trânsito até chegar ao trabalho. Bom, melhor no inverno, melhor no inverno. A não ser é claro que o ônibus lotado fique completamente sem ar fresco e todo mundo com frio e suado, babando no paletó alheio. Terrível.
Enquanto pensava nisso cheguei ao meu prédio, carregando uma sacolita de papel pardo e o porteiro me olhou como se tivesse acabado de me cumprimentar. Tinha mesmo, não sou uma miragem, bobão.
O que será que pensam os porteiros durante todas as horas do dia? Um chega e sai de repente, outro não chega e volta sem bagagem, um sobe de elevador e desce de escadas vários andares. Deve ser uma vida muito cheia de assunto, acho que eu teria o que dizer para sempre só bastava ficar algumas horas na portaria.
Quem vem lá? É a moça da limpeza do 13 andar. Vem sem a chave e pede a cópia na portaria. Depois esquece de devolver e a mocinha fica presa do lado de fora, como haveria de ser? A outra moça precisa chegar e abrir a porta, as duas dão risada mas a mocinha está contrariada, passou frio e se resfriou.
Imagine a quantidade de histórias o porteiro armazena todos os dias...
Coitado do porteiro. Mal sabe ler, imagine se vai guardar histórias. Criá-las então a partir da rotina é impossível para ele.
Bom, como diz uma música bem antiga mas que sempre gostei:
Ora, deixa ele pra lá!

Um comentário:

Gabi disse...

Essa história de ficar presa pra fora de casa não me é estranha ... hm ... :)