Do ENIAC até aos notebooks atuais já se
passaram sete décadas!
Daquele ser abstrato, enorme, relacionado
às viagens espaciais, para a facilidade atual, de cada pessoa da família ter seu
próprio instrumento, só se passaram setenta anos.
Quando minha filha nasceu, o quarto onde
ficava nosso monstrinho digital foi todo remodelado para ela e o computador foi
relegado a uma pequena sala que anteriormente eu usava como atelier.
Bem, não sou boa com máquinas, mas tenho
um companheiro que dá baile em muito técnico de informática. Quantas vezes o
acordei de madrugada porque o computador retrucava inclemente ao meu comando:
“It’s
not a logical expression!"
Muito devagar fui aprendendo e esperava o
dia em que iriam finalmente criar uma caneta para se usar em uma superfície lisa
e que pudesse ser transferida para o computador. O mouse nunca se prestou ao
desenho.
A primeira tablet disponível no mercado,
eu tive! Foi um presente e tanto!
Mas a caneta era presa à prancheta, pouco sensível e o
desenho perdia o movimento e a sensibilidade.
Voltei ao papel.
Também antecipei o lançamento do
porta-retratos digital; passava nas lojas e perguntava:
- Vocês não teriam uma moldura com tela
onde se pudessem colocar as fotos de um arquivo eletrônico?
- Isso não existe!
Saía da loja frustrada e pensava:
- Mas vai existir!!
Hoje é tão comum que já devem estar
inventando um porta-retratos digital em 3D!
No fim do ano passado, estive às voltas com um texto de mais de
60000 palavras. Salvei algumas versões e pasmem!
Desgraçadamente, não salvei em uma pen drive.
O computador, de uma hora para outra,
desistiu de viver, em um piado tristonho.
O técnico virá hoje trocar alguns
componentes. Torço para recuperar meu arquivo.
Conversando sobre isso com minha irmã
Beré, ela aconselhou:
- Tita, use a nuvem! Você pode acessar de
qualquer lugar em qualquer computador!
Confesso que não estou muito a vontade com
a tal nuvem.
E se ela de repente chover todas as minhas
palavras?
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