segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Antes que seja tarde!


Quando fomos brindar, na virada do ano, alegres com os bons ventos que sopravam, abrimos o champanhe gelado em meio às explosões dos fogos... 
Foi triste, confesso.
A rolha saiu molenga e o espumante deslizou suavemente para o chão, uma tinta marrom em agonia. Colocado nas taças, o líquido quase nada borbulhava, sua cor era âmbar. 
Ao primeiro gole, o gole do brinde, o gosto era metálico, o cheiro era velho, deteriorado. 
Desistimos.
Faz um mês, ganhamos outro champanhe, novinho! Por umas duas semanas ficou no bar... 
Uns dois dias atrás, decidi colocar na geladeira, pensando: - Não vá perder outra joia!
E hoje, vésperas do carnaval, lembrei-me da garrafa, que a tudo iluminou! 
Estava pronta para mim, e eu para ela.
Telefonei à minha hóspede, habitual e querida: 
- Você vem antes do Natal?
- Não sei...
Decidi abrir a garrafa, antes que fosse tarde.  
Pop! A garrafa exclamou, exultante!
Seria o gênio? Não, não era...
Mas, qualquer dia é dia para comemorar!
Mesmo que seja hoje.
Mesmo que seja cedo demais!

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