Kai-hung Fung é um radiologista chinês que transforma tomografias em arte. Segundo ele, cada detalhe de cor tem relação específica com alguma estrutura anatômica verdadeira.
Ele é um cientista, usa cores para definir estruturas.
Eu, formada de pão e manteiga, queijo e goiabada, bem sei como é lidar com ciências tão distintas quanto a arte e a medicina. Já circulei por inúmeras mídias dentro da arte, experimentando e inventando cada vez que criava. A descoberta das possibilidades e a frustração de ver que mesmo muito bons ingredientes podem juntos, desandar, fez da minha viagem pela arte uma estrada pouco linear, com montanhas, desfiladeiros, vales, vulcões e também planícies, lindas e bucólicas planícies.
Minhas primeiras pinturas foram feitas com tinta para aquarela que eu aplicava como tinta óleo sobre o papel. Espessas camadas de tinta cobriam tudo, minha " aquarela" tinha textura. Mas era tão grande a minha necessidade de expressar, que tudo começou assim, explosivamente.
Ainda me lembro da intensa emoção de iniciar um trabalho e em pouco tempo, vê-lo falar comigo, devolver-me a tomografia dos meus sentimentos.
Depois aprendi a técnica da aquarela e descobri que sou densa, bruta demais para algo tão delicado e perigosamente fugidio.
Dentro da medicina, também enveredei pelas imagens. Tinha uma atração aguda por radiografias e tomografias. Depois do diagnóstico (e da solução), eu começava minha viagem.
O microscópio desorganizou de vez as minhas tintas. Quantas vezes atarefada em concluir um laudo, encontrava um campo especial e interrompia meu raciocínio, para fotografá-lo pela beleza estética, queria torná-lo meu, parte do meu arquivo. É bem provável que aqueles campos de flores, aquelas linhas tortuosas e sensíveis já estivessem armazenadas no meu inconsciente e apenas vinham à tona. Emoção stricto sensu.
Ele é um cientista, usa cores para definir estruturas.
Eu, formada de pão e manteiga, queijo e goiabada, bem sei como é lidar com ciências tão distintas quanto a arte e a medicina. Já circulei por inúmeras mídias dentro da arte, experimentando e inventando cada vez que criava. A descoberta das possibilidades e a frustração de ver que mesmo muito bons ingredientes podem juntos, desandar, fez da minha viagem pela arte uma estrada pouco linear, com montanhas, desfiladeiros, vales, vulcões e também planícies, lindas e bucólicas planícies.
Minhas primeiras pinturas foram feitas com tinta para aquarela que eu aplicava como tinta óleo sobre o papel. Espessas camadas de tinta cobriam tudo, minha " aquarela" tinha textura. Mas era tão grande a minha necessidade de expressar, que tudo começou assim, explosivamente.
Ainda me lembro da intensa emoção de iniciar um trabalho e em pouco tempo, vê-lo falar comigo, devolver-me a tomografia dos meus sentimentos.
Depois aprendi a técnica da aquarela e descobri que sou densa, bruta demais para algo tão delicado e perigosamente fugidio.
Dentro da medicina, também enveredei pelas imagens. Tinha uma atração aguda por radiografias e tomografias. Depois do diagnóstico (e da solução), eu começava minha viagem.
O microscópio desorganizou de vez as minhas tintas. Quantas vezes atarefada em concluir um laudo, encontrava um campo especial e interrompia meu raciocínio, para fotografá-lo pela beleza estética, queria torná-lo meu, parte do meu arquivo. É bem provável que aqueles campos de flores, aquelas linhas tortuosas e sensíveis já estivessem armazenadas no meu inconsciente e apenas vinham à tona. Emoção stricto sensu.
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