Ao deitar-me, ouço meu coração batendo como se ouvisse o coração de minha mãe de dentro do seu útero. Sei que sou eu, mas mesmo assim me espanto. É que fico calma me ouvindo bater.
Também ouço o som do mar, que vem da concha do meu ouvido desligado. É eterno, definitivo, remonta ao abissal que a concha ainda recorda.
Quando estou correndo ouço minha respiração ofegante nos intervalos entre as músicas do Iphone. Quem passa por mim deve achar que estou forçando demais, que deveria caminhar um pouco.
E a minha barriga? Tem vida própria. Um som aflito, quase arrogante, uma convulsão. Minhas entranhas querem entrar na conversa e atrapalham, morro de vergonha.
Exercícios de agachamento são as batutas que comandam os estalos dos meus joelhos. É um craquelado auditivo.
De som em som, viro uma sinfonia.
Preciso parar de prestar tanta atenção em mim...
Tocou a campainha e eu vou indo curiosa saber quem é.
2 comentários:
Querida Titinha,
Quanta musica!!!
Oi Titinha,
Apertei o retangulo laranja antes da hora.
Quanta musica! Que orquestra linda a sua. Vou querer ficar por perto muito tempo e me deliciar nos acordes e harmonias.
Beijos
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