domingo, 22 de agosto de 2010

Viagem de prazeres

A última vez que fui a São Paulo foi proveitosa. Aprendi novas receitas (que copiei depois de prová-las), conversei muito, abracei muito, caminhei e fiz novos amigos.
De volta ao Rio, depois de passar pela tristeza de perder meu gatinho que por 15 anos, foi presença constante e querida, senti uma atração aguda pelas coisas de comer. A tristeza e a saudade, de minha mãe, dos meus irmãos, da minha Martha e da Helena me fizeram sensível aos pormenores.
Saí cedo e fui ao supermercado. Comprei farinha integral, mel, um belo filé de salmão e por último passei no açougue.
"- Voce tem cupim?"  - e o rapaz de branco, máscara cirúrgica e luvas que seguravam um facão: - "De que tamanho?"
- "Pequeno de preferência, quero três!"  (Fazia parte da receita que o Thê me ensinou, preparar logo três pequenos.)
Ele fez uma careta e perguntou - " Cubinhos de que tamanho?"
-"Nãããão, cupiiiiimmmm~"  - e mostrei as minhas costas para ele saber que eu me referia à giba do boi.
-"Ah, não. Não trabalhamos com este tipo de carne." E virou as costas lisinhas para mim.
Fui embora constrangida, eu que já estava debulhando lágrimas por qualquer caixinha de fósforos.
Passei em outro supermercado e achei o cupim maturado na prateleira de carnes, bem do jeito que eu queria.
Em casa, temperei o peixe que assaria para o jantar e caprichei nos temperos dos cupins que ficaram marinando até o dia seguinte.
O salmão estava ótimo ainda mais com as torradinhas com creme de espinafre que fiz para acompanhar, trazendo o irmão querido e a mamãe  para a mesa, nessas duas receitas de colorido tão harmônico.
No dia seguinte, quando fui para a cozinha estava disposta como o aprendiz de feiticeiro.
Coloquei os cupins para selar e depois deixar cozinhar por 50 minutos na panela de pressão.
E resolvi fazer o bolo de banana, receita com ingredientes especiais que a Beré me deu : a farinha integral, o mel e eu não resisti, coloquei por minha conta um pouquinho de açucar mascavo. As bananas estavam no ponto: " Bem maduras!" Amassei com  displicência, misturei à massa e aí...dei uma guinada. Resolvi usar as formas de cupcake, um dos presentes que ganhei da Tata; e coloquei as forminhas de papel que a Luciana comprou em Uberaba para mim. Com uma colher enchi até a metade das forminhas e coloquei no forno. Em pouco tempo o cheiro doce dos bolinhos se misturava ao perfume da carne temperada cozinhando, ah eu me sentia literalmente em casa.
O melhor de tudo foi conseguir reunir no meu pequeno fogão, detalhes inesquecíveis de uma viagem cheia de prazeres.
 






2 comentários:

Unknown disse...

Não consigo gostar dos tais cupins. Ficaram bons? Agora, o cheiro do cupcake de banana estou sentindo daqui.

Beijos!!

Unknown disse...

O Cupim ficou bom para caramba! Mas o cup cake deu de dez! :)