Estou sequestrada aqui nos fundos do barracão, as portas estão vedadas por cimento e argamassa e as janelas travadas por dentro e por fora. E há cadeados e correntes por toda parte. Grossas tábuas cruzam o teto baixo e os alicerces também, deste sumidouro, deste confim de mundo onde eu isolada e já um pouco morta aguardo um fim. Ali atrás pela fresta minima da parede por onde andam besouros e percevejos vislumbrei uma luz, divina luz de lâmpada amarela, há vida aí fora, não é?
É por isso que senti esperança, a sensação vaga e verde de palpitação e ânsia, existe vida.
Estou sequestrada aqui, mas existe uma saída. E ela vem pela fresta de luz.
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