Frequentei a Associação Atlética da faculdade por muitos anos depois de formada e Helena ia comigo nadar naquele piscinão azul e fundo. Ela fazia aulas de natação desde os três anos portanto se virava bem. Antes das brincadeiras na água atravessávamos várias vezes a piscina e ela me acompanhava direitinho para surpresa de muita gente que achava que ela era pequena demais para tanto esforço. Ela usava uma boia de cortiça na cintura, que muita gente não via - acho que nem produzem mais este tipo de artefato.
Era nesta época do ano; e numa reviravolta do tempo um grande temporal se anunciou. Corremos muito, dei um banho quente nela, sequei ao máximo seu corpinho e seus cachos, e com roupas secas e quentinhas saímos rápido para chegar em casa antes da chuva. Íamos a pé e nem tinha pensado em guarda-chuva; o dia tinha começado muito azul.
Nem passamos na lanchonete ali do lado onde havia o mais gostoso e cheiroso pão de batata.
Mas não teve jeito, a chuva desabou com direito a raios e trovoadas, ao meio do caminho!
E ela ainda com o cabelo úmido da piscina abriu um berreiro e reclamou:
- Estou toda molhadaaaaaaaaa!
E eu:
- Pois é, eu também! Quem está na chuva...
Tratamos de relaxar e curtir aquela chuva de lavar o coração!
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