segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Hot dog

No tempo dos festivais, muitas vezes saíamos para fazer serenatas e era comum haver uma neblina difusa a diluir a luz dos postes das ruas.
Às vezes parávamos numa carrocinha de hot dog.
Aquele ambiente tem um locus especial em minha memória. Mistura de travessura, prazer, carinho e cumplicidade ainda sinto a confusão dos sabores:  Dentro de um pão morninho com uma salsicha cortada ao meio grosseiramente, batatas fritas, maionese, catchup, mostarda.
Era bom!
Neste fim de semana comemos cachorro quente. Caprichei para ter todos os ingredientes e me surpreender novamente com aquele delicioso sabor agridoce, crocante e macio, quente e morno.
Mordi antecipando a delícia.
Então compreendi que era uma memória  virtual.
Não é o tempo, nem é a idade, nem são os ingredientes.
O que faltou para reproduzir o clima das serenatas foi justamente o clima, o  gosto de travessura, prazer e cumplicidade.
Bons e saudosos tempos.
Se então já soubesse como seria minha vida, talvez  tivesse saboreado tais madrugadas com muito mais voracidade.
Pena que naquela época ainda me preocupava com o futuro...

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