quarta-feira, 27 de junho de 2012

Bate-bate

Atualmente, voltou à moda um brinquedo que na adolescência enchia meu braço de equimoses.
O bate-bate ou teco-teco.
São duas bolinhas de acrílico presas por um barbante grosso. A mágica é conseguir bater as bolinhas acima e abaixo da mão. Inesquecíveis: os arroxeados no braço e o som cadenciado e agudo das duas bolinhas se chocando. Bate-bate-bate-bate-bate-bate. É preciso treino, resignação e persistência. Quanto melhor o artista, mais ritmado e uniforme é o som. Mas, o barulho gruda. Vou dormir e bate-bate-bate-bate. Venho para a sala escrever e bate-bate-bate-bate. Hoje capitulei:
- Diabo desse menino que não para de brincar com essas bolinhas aqui em frente de casa! Por que não vai bate-bater no ouvido da mãe dele?
Fui lá fora, abri o portão muito irritada e ninguém...
Bate-bate-bate-bate.
Enervada comentei sobre a praga com o Miguel. E ele:
- Que isso, é o passarinho!
Entramos em uma discussão cheia de asteriscos. Por fim ele me mostrou e me fez ouvir.
São os beija-flores!  Fizeram um ninho e estão em polvorosa com seus prováveis rebentos!
Eles são meus queridos, podem bater e rebater à vontade.  Faço muito gosto. A casa é deles.
Mesmo que eventualmente eu precise sair de fininho e ir escrever no silêncio do quarto.



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