Ela é bonita, sacudida, muito alegre, o cabelo sempre curto e arrumado, cor de ferrugem. Vem cedo para o trabalho e cruza com os pedreiros do sobrado que está sendo construído na esquina. Disse-me que perde o passo, porque os rapazes ficam olhando para ela até lá na frente. Particularmente um deles, que a chama de querida. "Bom dia, querida!" Ela dá bom dia sorrindo e anda mais depressa. Sente o rosto afogueado, mas não transparece porque tem a pele morena.
Semana passada, assim que a viu ele perguntou:
- Minha linda, quer namorar comigo?
Ela olhou para ele sem graça, reparou bem naquela boca com só quatro dentes de um lado, segurou firme a bolsa e tropeçou na calçada antes de responder:
- Eu não!
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