Há alguns anos, em uma de nossas viagens a Minas, fizemos uma
pequena pausa perto de Barbacena, onde o Miguel encontrou um amigo dos tempos
de ginásio. Enquanto eles conversavam circulei entre as prateleiras e
desencantei potes de vidro com gostosas compotas. Achei tantas delícias que em
pouco tempo a cesta pesava demais. Deixei encostada em um canto - queria
ter a placa: “não é devolução" por perto - peguei outra cesta e recomecei,
claro.
Doces compras no
bagageiro, lá fomos nós estrada afora.
Distribuí algumas entre os
amigos do Rio e comecei a degustar uma goiabada mole com o queijo Canastra.
Passei por todo aquele processo de abrir a lata, batidinhas aqui, uma ponta de
faca, chave de fenda. Por fim abriu-se e minha boca se encheu de saliva só de
sentir o cheiro bom.
Depois guardei o
pote na geladeira para evitar as formigas que também gostam de doce e ferroam
bem dolorido.
O pote já ia pelo
meio quando tentei abrir e não conseguia. Intrigada, retomei todo o processo.
Batidinhas, ponta de faca, água quente na tampa, água fervendo na tampa e
depois mergulhei o pote todo, queimei as pontas dos dedos; e a tampa
impassível. Quis jogar no chão, mas não gosto dos cacos...
Esperei com
impaciência a volta do Miguel do hospital. Ele tem mãos de ferro, parece incrível,
mas consegue manter a mão fechada mesmo com a pressão máxima no manguito do
aparelho; e como sempre conto com ele...
Assim que chegou
entreguei o pote. Ele pegou e abriu como se fosse uma bobagem.
Ele é quem tinha
fechado da última vez.
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