O Haus foi operado ontem de um pequeno tumor no pescoço. O
cirurgião fez um corte enorme, de uns dez centímetros, preocupado com a
possibilidade de ser maligno. Enquanto o material segue para o
anatomopatológico, estou aqui cuidando dele. Mas o curativo não fica no lugar.
Ele sente o micropore na pele e começa a lamber e a coçar com a pata
traseira... Um problema. Ontem fiz uma antissepsia e coloquei uma faixa
envolvendo o pescoço e a ferida cirúrgica. Não deu muito certo, em pouco tempo
estava tudo amarfanhado, provavelmente por eu não ser muito caprichosa com
faixas; vou enrolando de qualquer jeito.
E cada vez que
mexo com ele é um custo para ele "esquecer" do curativo. Como
alternativa, cortei umas camisetas velhas e enfiei a pata em uma das mangas e a
gola no pescoço. Ficou esquisito, nada elegante, mas pelo menos a ferida está
protegida da terra, da chuva e dos infernais mosquitinhos.
Bem, hoje, passado
totalmente o efeito da anestesia ele está ali fora em seu tapete e posso vê-lo
pelo menos em parte através dos vidros das janelas da sala. Enquanto trabalho
em meus textos posso observá-lo de tempos em tempos. Agora mesmo, com o canto
do olho percebi um movimento de lamber e já dei logo uma bronca: - Haus!
Ele levantou
prontamente a cabeça e parecia dizer: - O quê?
Ficou um pouco
quieto e depois lambia de novo.
- Haus, não pode
mexer!
Vi que ele estava
babando muito e concluí que deveria ser pelo gosto do antisséptico.
Fui lá conferir.
O coitado estava
bebendo água!
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