Umas vinte pessoas dividiam a ampla sala repleta de tapetes e
objetos de decoração riquíssimos e de procedências inusitadas.
A conversa era amena, todos os convidados se conheciam e se
compartilhavam entre risos e comentários ruidosos.
Até que apareceu a peça rara, uma criatura excêntrica com adornos
em todas as extremidades, inclusive um piercing no nariz, que me lembrou das
argolas para contenção de bovinos que usávamos na faculdade.
Em sua exuberância, cheia de balangandãs, ela exagerou no Bordeaux
e lá pelas tantas foi ao chão.
Havia um lindo cavalheiro que a ajudou a levantar-se. Ela parecia preferir
o porcelanato; todos os pequenos grupos interromperam suas conversas para olhar
a cena, até que ela saiu manquitola e dramática em direção ao quarto.
Quando voltou, alguém se ofereceu para levá-la em casa. Ela foi.
E a festa continuou maravilhosa, como se nada tivesse ocorrido.
E não tinha mesmo.
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