Quando amanheci, pensava com palavras conhecidas, mas de pouco uso
recente. Depois desandei a falar com frases que saíam da minha boca por conta
própria, onde estavam todas elas antes?
Compreendi!
Estavam no subsolo da lembrança, no fundo da piscina onírica, no canto
esquecido onde se guarda aquilo de que não conseguimos nos desfazer.
Meu acervo de
palavras foi recuperado vivamente por uma família das Minas que passou conosco,
aqui no Rio, uma semana de deliciosas conversas. Como são queridas com seu
sotaque, suas reticências, e o balanço inconfundível do linguajar
mineiro.
Sinto que voltei
no tempo e estou caipira de novo, estou novinha em folha neste trem!
Existe aqui dentro
e em toda a casa, a calmaria dos olhares alongados, tudo é devagar, mas para
sempre.
Estou recuperada
em minhas origens e cheia de diminutivos.
Pode não ser muito
bonito na escrita, mas no diálogo, na conversa atoa, é danado de bão!
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