Aqui por perto,
muitos que caminham com seus cães de raça, mostram na pele, no cabelo, no corpo
inteiro sua miscigenação.
Há o casal
nipônico, ele mais arraigado que ela em suas raízes. É habitual cumprimentarem
com um aceno mesmo que eu esteja a centímetros deles. Ele anda um metro na
frente. Sempre. São adoráveis mestiços.
Uma inglesinha de
cabelo crespo tem seu rhodesian ridgeback tão bonito e amável que dá gosto
vê-los. Ainda vou comprar um...
Já os vira-latas
são doados...
Meu cão é um
rottweiler com pedigree. Bonito, arrogante, poderoso. Mas dá um trabalho doído
mantê-lo, contê-lo, amá-lo. É uma grande paixão em minha vida, mas ando
preferindo os vira-latas; já tive alguns
gatos sem raça definida. São mais resistentes, mais fáceis de cuidar, como
somos nós, os humanos comuns, uma sopa de letrinhas.
Os vira-latas,
quando filhotes, são um enigma: Que porte terá? E o pelo? Será crespo? Será
longo? E esse alegre rabo enrolado? Que felicidade!
Nós também somos
uma incógnita quando nascemos. Teremos o porte do pai? A pele da mãe? A inteligência
do avô?
Não saber para que
lado se inclinará tal pepino, e para onde irá depois de torto é nosso maior
prazer ao ter bebês para criar.
Deixemos que a
sábia natureza, tão capaz de misturar ingredientes e gerar rebentos sólidos, se
mostre.
Ser vira-latas é
tudo de bom!
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