quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Os vira-latas

Todos somos vira-latas! Não somos?
Aqui por perto, muitos que caminham com seus cães de raça, mostram na pele, no cabelo, no corpo inteiro sua miscigenação.
Há o casal nipônico, ele mais arraigado que ela em suas raízes. É habitual cumprimentarem com um aceno mesmo que eu esteja a centímetros deles. Ele anda um metro na frente. Sempre. São adoráveis mestiços.
Uma inglesinha de cabelo crespo tem seu rhodesian ridgeback tão bonito e amável que dá gosto vê-los. Ainda vou comprar um... 
Já os vira-latas são doados...
Meu cão é um rottweiler com pedigree. Bonito, arrogante, poderoso. Mas dá um trabalho doído mantê-lo, contê-lo, amá-lo. É uma grande paixão em minha vida, mas ando preferindo os vira-latas;  já tive alguns gatos sem raça definida. São mais resistentes, mais fáceis de cuidar, como somos nós, os humanos comuns, uma sopa de letrinhas. 
Os vira-latas, quando filhotes, são um enigma: Que porte terá? E o pelo? Será crespo? Será longo? E esse alegre rabo enrolado? Que felicidade!
Nós também somos uma incógnita quando nascemos. Teremos o porte do pai? A pele da mãe? A inteligência do avô?
Não saber para que lado se inclinará tal pepino, e para onde irá depois de torto é nosso maior prazer ao ter bebês para criar.
Deixemos que a sábia natureza, tão capaz de misturar ingredientes e gerar rebentos sólidos, se mostre.
Ser vira-latas é tudo de bom!



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