Quando estive em São Paulo, no começo do ano, depois de chegar
exausta na casa da Beré, tomei um café da manhã reforçado e fui para a cama
preparada de antemão pela Juranir, que recomendou: - É melhor você dormir
para estar pronta para a festa mais à noite.
Fazia sentido.
Deitei com os olhos bem abertos, dormir não parecia provável, mas insisti.
Um piado monótono
e persistente chamou minha atenção e aí ficou bem difícil.
É possível fechar
os olhos, mas e os ouvidos?
A há! Eu tenho um
truque! Já comentei aqui que sou completamente surda de um ouvido; então basta
deitar sobre o outro lado. Bom, para alguma coisa haveria de servir, certo?
Adormeci,
esquecida do piado, de onde estava, de que dia era...
Já ia entardecendo
quando fui despertada pelo canto mais bonito e eclético que jamais ouvira. Eram
lindos trinados, sons rascantes, melodias inusitadas, um festival de sons!
Estaria sonhando ainda?
Sentei-me na cama
e prestei atenção, maravilhada.
Fui perguntar:
- Mas este passarinho
que está cantando é aquele que piava de manhã? Que vitaminas dão para ele,
indaguei pensando na Tata, minha irmã rouxinol..
Não era o mesmo. O
filhote de curió que eu ouvi antes de adormecer, ainda não havia iniciado seu
aprendizado básico. Mas escondido em outras ramagens estava meu cantor
preferido: Um pintassilgo maduro.
Quero um desses
para mim!
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