Seu olhar mono-ocular, intenso e inquieto é verde cor de mar, no inverno. Emoldurando esta mirada há um conjunto harmonioso e tranquilo de expressões que às vezes duvida, às vezes compreende. Quando o vejo dormir ao meu lado, recostado à janela do ônibus que nos leva ao fim da viagem, reparo nas narinas minúsculas de seu nariz bem moldado, uma arte. E ele ressona tranquilo, um fluxo de ar constante e cadenciado. Em geral atento, acompanha a conversa e sorri em momentos oportunos. Sim, estou aqui. Sim, eu compreendo. As vezes o vejo distraído, os pensamentos parecem flutuar como bolhas de sabão a sua frente e ele se diverte com elas. Quando chamo pelo seu nome, as bolhas estouram simultâneamente e ele se desculpa e pede: Fala outra vez? Sim, eu falo. Tantas vezes quantas forem necessárias, para ter sua atenção e seu riso que desarma mesmo os mais belicosos. Ele é de paz. E quando passeio com ele, quero acreditar que algumas pessoas consideram que ele é meu menino e eu fico encantada com essa ideia.
Amenidades
domingo, 26 de julho de 2009
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