quinta-feira, 2 de julho de 2009

Quer ler a sorte?

Tenho uma prima muito sensível e muito ligada em esoterismo. Ela se impressiona com facilidade e qualquer assunto agressivo ou violento a deixa fora de si. Sempre foi muito bondosa e está sempre pronta a ajudar e ouvir todos que possam precisar, mesmo que seja um desconhecido no farol.
Uns meses atrás, uma colega de trabalho convidou-a pra visitar uma cartomante, que era muito hábil em decifrar o passado e prever o futuro.
Um dia antes da consulta com a cartomante, minha prima estava muito nervosa. Parecia que se preparava para uma grande cirurgia exploratória. Quase não dormiu, pensando que a cartomante talvez descobrisse evidências e detalhes passados que há muito havia guardado em um cantinho escuro do armário.
Outro dia nos encontramos para um café e eu logo perguntei sobre a consulta. Ela arregalou os olhos antes de engolir seu pedaço de pão de queijo e começar a jorrar palavras.
-" Ela sabia de tudo, do Ademar, meu primeiro namorado, que segundo ela era o grande amor da minha vida e que eu jamais deveria ter abandonado. Falou da minha dificuldade para engravidar e do meu sucesso com a minha filha, que aliás será a única. Em um momento, a cartomante usou as cartas do Tarot. Pediu-me que fizesse perguntas para ela responder. Resolvi perguntar se eu iria morrer jovem. A cartomante ficou muito irritada, disse que poucas pessoas tinham coragem de fazer essa pergunta, mas que ela responderia. Depois de embaralhar, começou a virar lentamente as cartas e então apareceu a figura do enforcado. A cartomante, muito brava disse-me: Agora por favor tire a figura certa do baralho para que eu não tenha que lhe dar uma má notícia."
Minha prima tremia ao contar com detalhes como escolheu a carta do montinho designado pela mulher. E, adivinhem, ela acertou em cheio a carta salvadora!
E a cartomante disse: "Você vai viver muitos anos ainda, ficará velhinha. Poderá ajudar muita gente durante muitos anos... "
Contou-me que saiu da consulta aliviada e feliz. Perguntei se ela realmente gostaria de viver assim tanto tempo. Respondeu que estava feliz não pela longevidade, mas por saber que ainda iria ajudar muitas pessoas...

Um comentário:

Ana disse...

que legal essa história, vc tá escrevendo super bem!!! adorei tb a história da helena!!!! hj na rádio, ouvi um escritor italiano que agora não lembro o nome mas o que se comenta do trabalho dele é que ele consegue transformar, com a sua literatura, fatos cotidianos em fatos épicos!!! lendo teus textos pensei nisso...manda ver!!!:-) beijos ana