Estou um pouco irritada com meu braço, que ainda dói, mesmo para teclar.
Mas hoje, como é sábado, tenho vontade de ficar mais tempo em casa, esperando que alguém venha me chamar para sair, vamos ao cinema; ou para comer uma pizza de noite e beber.
O tempo lá fora cheira a rosas mas eu respiro o ar viciado da sala de jantar, eu respiro o gosto dos pressentimentos.
Palavras, palavras, são como as pamonhas de Piracicaba, alento dos domingos de manhã em São Paulo.
Latem os cães da minha rua aqui no Rio e chamam, venham cuidar de nós, que estamos aqui presos para sempre e isso não é vida, nem de cão. Eles latem vogais, as mesmas de sempre.
Quem diria que eu teria uma filha que tecla com todos os dedos das duas mãos, isso em tempos contemporâneos, é tão pouco comum...
Começamos a lidar com teclados, cada vida mais cedo na vida, depois já está tudo automatizado, monótono e ninguém mais apreende o jeito datilográfico de teclar.
Pior ainda, já se aprende a teclar quando se aprende a falar e acabam falando truncado como se fala hoje, palavras curtas, as vezes só consoantes que se fazem bem entender, juntas ou separadas. Por exemplo vc. Tudo tão óbvio nesta palavra que um dia já foi enorme e se consumiu no tempo; quando não se escrevia quase nada ainda, ela ocupava uma linha inteira. Agora, duas consoantes autonomáticas já dizem tudo: é vc que quero, é vc que vejo ao meu lado. Fico preocupada pensando se vc também virou consoante; eu não, sempre fui feita de vogais, eu combino com todo mundo, vou aos passeios agregada a tantas outras palavras, mesmo em rimas sou mais fácil de combinar. Vc, que pode fazer valer um argumento, subtrai a possibilidade de ser cordial e compassivo.
Pode ficar aí mesmo, do lado de fora, enquanto eu descanso em um casulo matinal.
Mas hoje, como é sábado, tenho vontade de ficar mais tempo em casa, esperando que alguém venha me chamar para sair, vamos ao cinema; ou para comer uma pizza de noite e beber.
O tempo lá fora cheira a rosas mas eu respiro o ar viciado da sala de jantar, eu respiro o gosto dos pressentimentos.
Palavras, palavras, são como as pamonhas de Piracicaba, alento dos domingos de manhã em São Paulo.
Latem os cães da minha rua aqui no Rio e chamam, venham cuidar de nós, que estamos aqui presos para sempre e isso não é vida, nem de cão. Eles latem vogais, as mesmas de sempre.
Quem diria que eu teria uma filha que tecla com todos os dedos das duas mãos, isso em tempos contemporâneos, é tão pouco comum...
Começamos a lidar com teclados, cada vida mais cedo na vida, depois já está tudo automatizado, monótono e ninguém mais apreende o jeito datilográfico de teclar.
Pior ainda, já se aprende a teclar quando se aprende a falar e acabam falando truncado como se fala hoje, palavras curtas, as vezes só consoantes que se fazem bem entender, juntas ou separadas. Por exemplo vc. Tudo tão óbvio nesta palavra que um dia já foi enorme e se consumiu no tempo; quando não se escrevia quase nada ainda, ela ocupava uma linha inteira. Agora, duas consoantes autonomáticas já dizem tudo: é vc que quero, é vc que vejo ao meu lado. Fico preocupada pensando se vc também virou consoante; eu não, sempre fui feita de vogais, eu combino com todo mundo, vou aos passeios agregada a tantas outras palavras, mesmo em rimas sou mais fácil de combinar. Vc, que pode fazer valer um argumento, subtrai a possibilidade de ser cordial e compassivo.
Pode ficar aí mesmo, do lado de fora, enquanto eu descanso em um casulo matinal.
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