segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Quando a morte é banal

Estive assistindo a um filme em que John Travolta é um espião poderoso capaz de "limpar os trilhos" rapidamente e de quebra ensinar a um novato as artes do ofício. Mortos para todo lado. Era para ser divertido, uma distração,  mas lá pelas tantas desliguei do filme e viajei pela banalização da morte. Há filmes assim desde que há filmes e cada vez mais;  há incidentes nas ruas da  cidade,  idênticos a  estas cenas de cinema e há as guerras, os atentados, os acidentes...
Morre-se por tão pouco; a natureza quer avisar: "Tem gente demais aqui, comida de menos, vamos dar um jeito."
Mas para mim, o susto foi a consciência de todas as pessoas que precisaram chorar seus mortos, tantas para tantos... Porque estes "avatares" não desaparecem como no videogame; aliás nem tem outras vidas.
Há um luto partilhado para cada um deles: nasceram, foram queridos, detestados,  fotografados, rasgados, treinados e seduzidos; e todos os outros gerúndios que uma vida pode ter.
Cada um aconteceu,  dia após dia.
Interagiram, cumpriram rituais, chutaram  tampinhas, descobriram as formigas e seus caminhos e seus caminhos.
E há a falta, a falta que fazem por muito tempo depois.
Fico aqui pensando por onde seguir depois dessas  cenas todas de cinema que vivo e vejo viverem.
Resta ir em frente; e decidir às vezes. Ou voltar um pouco. Ou correr sem escrúpulos.
O imprevisível não vai suspender meu tempo. Não mesmo...

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