quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Frigidaire

Tenho uma tendência a me desfazer sem traumas de objetos que perderam a função. Entretanto alguns ficaram grudados, um imprint, uma tatuagem nos sentidos. Marcaram época, são de outra década e não quero me desfazer deles: Uma geladeira side by side Frigidaire, uma das primeiras que chegaram em São Paulo depois que as importações foram liberadas, lembram? Era um mimo, enorme para minha pequena cozinha, que nem tinha um ponto de água para que o dispenser funcionasse. Mas a previsão era de que nossa casa própria ficasse pronta em um ano e lá teríamos espaço e ponto de água para aquela beldade.  Com a reviravolta da nossa vida, viemos para o Rio e a geladeira nos acompanhou, mas o nicho para a geladeira na casa que alugamos era pequeno e ela ficou lá na área de serviço, guardando os congelados. Depois de dez anos mudamos definitivamente e um dos detalhes que mais me empolgou quando vim conhecer a casa era o fato de a proprietária ter uma geladeira side by side exatamente igual a minha, com tudo funcionando.
Quando nos instalamos a geladeira passou a funcionar a todo vapor, mas lá se iam uns 17 anos... As borrachas das caixetas foram trocadas três vezes, sendo que em uma delas a Renata fez o favor de comprá-las para mim e trazê-las em sua bagagem, em geral já bastante generosa. Foi ótimo porque o encaixe era perfeito!
Atualmente ela está um pouco senil e ultrapassada mesmo... Não é frost free, não é ecológica. O motor do dispenser de água parou de funcionar. Não há um único técnico em todo o Rio de Janeiro que possa dar jeito nisso! Ninguém quer por a mão na madame...
Ainda vou pelejar mais um pouco. Afinal, assim como o Felipe - o gato - e a Explorer , essa frigidaire faz parte da história de nossas vidas.

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