Acordei cedo e ainda havia os gatos por toda parte. Esgueiravam-se pelas sombras, atrás dos sofás, sobre as mesas. Procurei cada um deles e me lembrava do preto e branco que quando me viu desapareceu. Do outro, este branco e preto que miou aguda e longamente, mas quando fui encontrá-lo também esvaneceu. Um malhado atrás da porta, um engraçado frajolinha, e outros, muitos outros.
Sempre que os via, chamava a atenção da Helena - olha, Helena, que lindo aquele, você vê?
Não, ela não via, apenas piscava lentamente as pálpebras.
Então apareceu o gato marron dourado, no tapete da sala. Desta vez ele me deixou tocá-lo, passei a mão em seu dorso e sentia seu ronronar. Tornei a perguntar a ela: E este Helena, você vê? Ela via. E sentia. Também quis afagar o bichano. E desta vez fui eu que esvaneci, morta de pesar de ter sumido de meu próprio sonho tão delicioso e mágico.
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