Sem filtros, miasmas noturnos entram e se escondem nas frestas escuras dos quartos e das salas.
Momentos aprisionados se expandem para o jardim, num rodopio.
Navios atracam nas camas, outros apitam felizes em partir para o dia.
O vento, o vento. Não há calma, nem silêncio. Sons fugidios agarram-se aos batentes.
Sou eu quem não tem filtros, nem mesmo uma tela mosquiteira separa o dentro do fora. Preciso desse ir e vir browniano, para aquecer e rearranjar os sentidos.
Sei que assim exposta corro riscos, eu sei. Não tenho o corpo fechado como ele...
Mas em plena criação quem pode conter esses fluxos?
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