segunda-feira, 18 de julho de 2011

Felicidade

Quando somos muito felizes, quase esquecemos que um dia houve uma história sem fim de sombras noturnas e sombras diurnas. Uns bichos de mau agouro, que se debateram em asas sobre nossas cabeças e que fugiram de nós com medo dos nossos presságios.
Quando há felicidade e podemos rir satisfeitos de  mais uma vez ter conquistado, ter amado, ter sido humano; parece-me que nestes dias iluminados e tépidos, nem lembramos das roupas escuras e tristes e com cheiro de mofo dos anos guardados à oito ou dez chaves.
Depois, em dias mais tristonhos, revendo fotografias, avaliamos: como pude? Como foi mesmo? Como era mesmo?
E queremos arrancar das imagens a alegria que uma vez foi tão palpável que se estampou em nossas fisionomias.

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