quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Viagens

Vai amigo, fazer amigos.
Mas não se afaste muito da minha memória, que dôo de saudade, quero lembranças e carinho.
Vai, que fiquei o dia todo esperando, que sua viagem agendada tivesse início, que suas malas estivessem prontas e seu transporte batesse à porta.
Ainda é cedo para ir, mas reconheço sua urgência e capitulo.
Como é penoso despedir e enfrentar a volta para casa.
Sei que é natural este ir e vir, quantas vezes viajei, incontáveis, por motivos tão diversos e para lugares tão estrangeiros.
E sempre que volto frequento o limbo das estações de transição.
Mas quando é hora de sumir uns tempos, criar asas e seguir, sinto a ebulição das águas termais interiores.
Você, pequenino, talvez nem soubesse dessa sua viagem tão emergencial e definitiva.
Como não pôde ser um saltimbanco, apenas acompanhou agradecido quem lhe quis tanto bem; e se reclamou às vezes compreendo que era a força de sua natureza selvagem.
Você não será esquecido. A terra, tão materna, recolherá seu filho, como a todos os outros.
Frutos da terra que somos, ambos retornaremos renovados e em algum momento cruzaremos de novo nosso olhar. 
 

Um comentário:

Renata disse...

Nossa, Tita, como voce eh delicada!!! Que homenagem linda ao meu amadinho.

Obrigada do fundo do meu coracao.