segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Promessa

Julguei que fosse brincadeira, apesar de ter sentido uma firmeza diferente naquele olhar que desdenhei.
Fiz a minha cama e fui jogar majhong no notebook, perdia e ganhava eventualmente; desisti muito tempo depois e ao deitar caí  exausto e sonolento sobre o travesseiro. Mesmo assim não conseguia relaxar depois de tanta aventura virtual. Eram quase seis horas da manhã quando peguei no sono. Debaixo do meu cobertor, o ar condicionado geladinho, embrenhei por caminhos secundários na floresta onirica. Ali, não havia dor nem desconforto;  alguns cavalos trotavam em mim e era meu gato Manhathan que se enrodilhava sobre meu peito . Havia asperezas no chão que pisava, mas podia chutar com força e jogar pelo despenhadeiro dos sonhos,  os livros que estavam de fato sobre a cama. Fui caminhando assim e gotas começaram a respingar sobre meu rosto. As vezes podia beber uma agua cristalina que se condensava sobre minha boca e mesmo assim não acordei. Havia uma certa tensão na cena do sonho, vozes um tanto ríspidas, mas meu sono era profundo. E então caiu sobre mim a tromba dágua! Acordei completamente encharcado e vi o balde vazio nas mãos dela. Tinha sido uma promessa e ela tinha cumprido.

Nenhum comentário: