quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Sinuca

Depois do café da manhã costumo deixar a toalha sobre a mesa e seus farelos de pão. Sem perceber, enquanto converso, dobro o tecido sobre as minhas migalhas como fazia meu pai. Quando me lembro dele e dói muito a saudade faço bolinhas de miolo caso algum passarinho venha. 
Aos nossos hábitos, esses pormenores que o outro percebe mais que a gente e que nos definem, somam-se posturas e atitudes singulares daqueles que amamos e tanto quanto o DNA apontam nossa ascendência. É assim que como bolas de sinuca nos tocamos, nos chocamos e batemos e nos afastamos, até que todos encontrem sua caçapa de direito. Repare como muitas vezes há duas ou três bolas em um mesmo buraco enquanto outro permanece vazio. O ambiente e o acaso são responsáveis por esta variação. Cá entre nós, estou certa de que se fosse possível optar estaríamos todos juntos no mesmo lugar.