Ele deve ter uns 35 anos, é baixinho e magro, veste-se muito bem para o trabalho que faz e é extremamente formal. Chega sempre na hora combinada, vem de carro próprio e seus dois ajudantes são simpáticos, educados e eficientes. Quando terminam o trabalho deixam tudo limpo com a serragem e a poeira toda da madeira dentro de um saquinho de lixo.
Ele se veste com camisas claras de mangas compridas e dobradas à altura dos cotovelos e um jeans básico mas sempre limpo e passado. Um primor. Por ser assim tão especial, apesar de eu já ter passado da meia idade, não consigo resolver se o chamo de senhor ou você. As vezes chamo de senhor e ele aceita bem. As vezes quero brincar, contar um caso e chamo você, sem querer. Ele fica impassível qualquer que seja o trato que lhe dou. A propósito, ele sempre me trata por senhora...
Hoje cedo estava aqui trabalhando em minha sala e seus funcionários estavam no andar de cima resolvendo uma porta emperrada nos trilhos.
Eu lia as notícias na internet e uma vozinha chamou minha atenção. De onde vinha? Da cozinha? Não. Nem lá de cima, nem do computador ou dos rádios...
Imaginei que ele se comunicava através de um celular e fui me certificar.
Que nada, ele fala sozinho mesmo!
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