Tive a oportunidade de rever pessoas queridíssimas, amigos de verdade, mas também esbarrei em gente que detesto. Não pude evitar...
Andei pelos corredores do Incor intimidada pelo ambiente asséptico, frio, com uma pletora de aventais brancos e uniformes de várias outras cores, elementos que há muito tempo saíram da minha rotina, hoje tão mais amena.
Sei que pelo menos 60% das pessoas que agora circulam por lá não são da minha época, mas existe um ar familiar de prepotência velada e eficiência manifesta; cada um cumpre seu papel na trama acadêmico- hospitalar.
Bem, depois de muitas horas de espera agoniante, chegamos à hemodinâmica - a lentidão da carruagem logística continua a mesma. E os elevadores são de enlouquecer.
Mamãe muito cooperativa, mas exausta e faminta, foi transferida para a mesa de exames. Várias pessoas circulavam por ali cada um cuidando de sua parte no esquema. Alguém cutucava seu braço, outro levantava a perna, outro ainda perscrutava as orelhas, enquanto auscultavam seus pulmões. Eu olhava a certa distância para não entravar a dinâmica geral.
Chegou o momento de instalar os monitores cardíacos, colocar os campos cirúrgicos e introduzir os cateteres para chegarem ao coração em um procedimento que, no caso dela, seria de no máximo cinco minutos. Então um dos médicos, já com o avental de chumbo e devidamente paramentado, muito educado e solícito explicou a ela: Dona Elvira, agora nós vamos armar o circo!
Ao que ela prontamente respondeu:
E eu sou o palhaço!?
Um comentário:
ah,,, ótima a sua mãe! parabéns pra ela!
bj
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