quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Aprendendo a viver

Quebrei uma caneca que ganhei  no dia das mães faz muitos anos. Escorregou da minha mão e espatifou-se.
Um caco feriu meu pé, um outro foi para debaixo do fogão, muitos bem pequenininhos se espalharam e se esconderam. E um pó branco, uma espécie de pó branco  misturado ao restinho de chocolate quente que eu bebia com tanto prazer renderam-se macerados sobre o piso.
Desolada tentava encontrar no desenho espraiado do chocolate alguma explicação para ter sido assim tão descuidada.
Depois tratei de limpar a sujeira, com muito capricho para não esquecer nem um caquinho, já que os objetos devem ter lá seu céu também, onde ficam para sempre reconstruídos e repletos de uma bebida quente,  reconfortante.
Peguei uma outra caneca da minha adorável coleção, preparei um chocolate ainda mais espesso e cremoso que o anterior e vim beber aqui na sala, lendo um livro, ouvindo música, continuando a viver.


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