segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Uma agulha no palheiro

Fui mexer em um palheiro atrás de uma agulha.
Estava lá fazia tanto tempo, amalgamada aos pós do tempo e às oxidações da vida.
Deveria ter deixado estar.
Era uma agulha com história, estivera em minhas mãos nos momentos mais críticos, era sempre oportuna e eu de saudade fui mexer no palheiro. A principio devagar tirava as palhas uma a uma,  examinava dos dois lados e entre as fibras para depois colocá-las em um monte ao lado e criar um novo palheiro. Depois de muito trabalho, e havia tanto ainda, comecei a trabalhar mais depressa. Valorizava mais o que tinha ficado, do que o que eu estava tirando.
Foi uma peleja.
E assim, depois de muitos anos cheguei ao fim da procura. Em nenhum momento a agulha brilhou entre minhas mãos. Vasculhei o pó que havia restado debaixo de tudo. Peguei um imã, uma lanterna, uma lupa, abusei da luz do sol. Nada...
Acabei concluindo que perdera a objetividade durante a busca. Mas tinha que encontrar.
Então recomecei.
 E o palheiro original está sendo reconstruído.
 Quem sabe se desta vez encontro minha agulha?

Nenhum comentário: